26 de novembro de 2009

o beijo

eu, o rei dos babacas,
inventor da última epopéia chula,
agora me despeço.
é com um beijo, um único beijo
de adeus e boas vindas.

faço assim
porque,
pra mim,
tudo que existe é a morte.
e a vida. e a morte.
e esse semem que precisa escorrer
em todas as vezes que me sangro
- amargo ou doce. amargo.
ou doce. -
só pra respirar mais uma vez.

então, pra minha velha amiga morte,
fica um beijo.
um beijo triste de homem ao mar.
porque logo o amor me alcança
e eu me esqueço:
que vida é essa que almejo,
que vida é essa que almejo.